Os benefícios do exercício físico para a saúde mental
O transtorno mental é uma doença biopsicossocial que compromete o padrão
psicológico/biológico/interações sociais, levando o indivíduo a um aumento do
sofrimento, deficiência e consequentemente a uma perda de liberdade. Tem na
depressão sua manifestação mais conhecida, sendo esta um dos grandes problemas
da sociedade moderna, chegando a atingir até 17% da população mundial. O
problema assume contornos de saúde pública, se considerarmos que, apesar de
contarmos com diversas opções de medicamentos farmacológicos, somente 30 a
35% dos pacientes depressivos respondem ao tratamento com psicofármacos.
Pesquisas têm demonstrado uma grande contribuição da atividade física regular
associada à terapia medicamentosa no controle dos sinais e sintomas da depressão.
A prática de exercícios físicos regulares ajuda no controle das substâncias
chamadas catecolaminas, produzidas no sistema nervoso e que controlam nosso
nível de estresse, pressão arterial, batimentos cardíacos e o fluxo de sangue para o
cérebro, aumentando a auto-estima e a capacidade de lidar com problemas, além
de influenciar também no humor.
Uma pesquisa publicada no British Journal of Sports Medicine, importante periódico
médico científico, mostrou que trinta minutos de caminhada em uma esteira
ergométrica durante dez dias, diminuíram em 25% os índices de depressão em
doze pessoas estudadas. Outra pesquisa publicada no periódico
especializado Journal of Clinical Psychiatry, refere que a atividade física pode
funcionar como um segundo medicamento aos pacientes que não respondem
satisfatoriamente à primeira medicação aplicada após o início do tratamento.
Segundo os cientistas responsáveis pela pesquisa, tanto os exercícios leves como
os moderados, se feitos diariamente, funcionam tão bem quanto a inclusão de uma
nova droga ao tratamento.
O tipo e o nível do exercício a ser incluido na terapia, no entanto, dependem das
características de cada paciente. De acordo com especialistas, a prática rotineira do
exercício físico pode ser tão benéfico quanto incluir uma segunda medicação à
terapia, em sua maioria os pacientes preferem a atividade física porque vislumbram
no exercício um efeito positivo à saúde global.
Os mecanismos responsáveis pela diminuição dos níveis de depressão ou até
mesmo a diminuição do risco de seu desenvolvimento por praticantes de atividade
física regular são desconhecidos. Porém um controle na produção de
neurotransmissores, como a noradrenalina e a serotonina, podem contribuir para a
melhora da auto-imagem e maior sociabilização.
Independente da faixa etária e sexo, todos podem se beneficiar do exercício físico
no combate à depressão, ansiedade e demais afecções mentais. Trata-se mesmo de
uma questão de saúde pública, já que a atividade física se apresenta como uma
forma de tratamento acessível, barata, não farmacológica e capaz de gerar
benefícios que excedem os efeitos antidepressivos, promovendo o bem-estar
biopsicossocial.
Não há uma atividade física específica que se destaque em relação às outras, isso
depende da preferência de cada pessoa e da orientação profissional de um médico
e de um educador físico.
É extremamente importante que antes de se iniciar qualquer atividade física, até
mesmo uma caminhada matinal, procure-se um médico especialista, pois somente ele pode avaliar e determinar se o paciente possui plenas condições de realizar
exercícios ou apresenta alguma contra indicação para tal.
A matéria acima foi elaborada pela médica do trabalho, Dra Vânia Cristina Campelo
Barroso Carneiro, lotada na GI Gestão de Pessoas Belém/PA.
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