segunda-feira, julho 9

Juntos e longe dos vícios

Pesquisa mostra que os relacionamentos afetivos fazem com que os casais reduzam consumo de álcool, cigarro e drogas ilícitas




Tarcísio e Fernanda modificaram os hábitos já na gravidez do filho

A solteirice é muitas vezes marcada por farras, bebedeiras e noites mal dormidas. Contudo, basta encontrar um par, a tão sonhada alma gêmea, para os tempos de excessos chegarem ao fim. Não importa se é no começo do relacionamento, quando o casal ainda está se conhecendo, ou quando a relação fica mais consolidada. Mais dia menos dia, os abusos ficam menos frequentes. É o que garante um estudo divulgado pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa). De acordo com a pesquisa, a qualidade do relacionamento, a adoção dos padrões comportamentais do parceiro e a interação entre essas duas variáveis protegem os casais de jovens adultos do consumo excessivo de álcool e de outras drogas.

A pesquisa analisou 909 estudantes dos ensinos fundamental e médio de 10 escolas públicas norte-americanas e os acompanhou por até dois anos após o término do ensino médio. Segundo a psiquiatra e coordenadora do Cisa, Camila Magalhães, os grupos foram divididos nas seguintes categorias: casamento, coabitação sem casamento, namoro sem coabitação e solteiros. “Também foram investigadas a interação com o uso de drogas pelo parceiro e a qualidade do relacionamento”, diz.

O resultado chama a atenção porque geralmente os estudos abordam relacionamentos mais sérios (casamento ou morar junto) como fatores protetores. Ainda não tinha sido comprovado que o namoro também poderia exercer tal efeito. Um dos resultados mais interessantes foi que o simples fato de namorar já surte um efeito protetor com relação ao uso de álcool e da maconha.
A especialista explica que o uso de álcool é influenciado por diferentes motivos, como gênero, fatores sociais, econômicos e genéticos, mas há o peso das “responsabilidades” quando a relação fica mais consolidada. Antes de seu filho nascer, Tarcísio Xavier, 33 anos, e Fernanda Laube, 28, tinham como principal entretenimento ir a bares. “Se deixasse, a gente bebia quase todos os dias”, lembra Fernanda. Com o nascimento de Tharso, agora com 2 anos, o consumo teve que diminuir. “Primeiro, ela ficou grávida. Então, como não podia beber, eu acabei diminuindo para acompanhá-la. Depois que ele nasceu, o foco foi outro e o consumo diminui ainda mais”, explica Tarcísio. (Do Correio Braziliense)

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