Foto de Philippe Huguen/AFP/File
Mais de 350 milhões de pessoas no mundo sofrem de
depressão ou problemas mentais, segundo as últimas cifras da Organização
Mundial da Saúde (OMS), publicadas por ocasião do Dia Mundial da Saúde Mental,
que será celebrado nesta quarta-feira (10 de outubro).
Segundo estimativas da OMS, a depressão é comum em
todas as regiões do mundo. Um estudo realizado com o apoio da OMS mostra que em
torno de 5% de pessoas sofreram com a depressão no último ano.
"As mulheres são mais propensas a sofrer com a
depressão do que os homens", explicou Shekhar Saxena, diretor do
Departamento de Saúde Mental e Abuso de Substâncias Psicoativas da OMS. Assim, o número de mulheres afetadas pela depressão
é 50% mais elevado que o dos homens, explicou ainda. Esta maior prevalência nas mulheres se deve
principalmente à depressão pós-parto que afeta até uma em cada cinco.
A depressão, segundo a OMS, é diferente das
mudanças de humor mais comuns. Ela se manifesta por um sentimento de tristeza
que dura, ao menos, duas semanas, e que impede a pessoa de levar uma vida
normal. É fruto da interação de fatores sociais,
psicológicos e biológicos. Em muitas ocasiões, está relacionada com a saúde
física. Uma doença cardiovascular pode, por exemplo, desencadear a depressão no
enfermo.
Além disso, em circunstâncias particulares, como as
dificuldades econômicas, o desemprego, as catástrofes naturais e os conflitos
podem aumentar o risco de a pessoa sofrer com a depressão. Nos casos mais graves, a depressão pode levar ao
suicídio. Cerca de um milhão de pessoas se suicida a cada ano e uma grande
porcentagem delas padece de depressão profunda.
Mais de 50% das pessoas que se suicidam sofriam de
depressão, segundo Saxena, que, por outro lado, explica que quanto mais
desenvolvido é o país, mais aumenta a incidência da doença em sua população. Devido ao estigma que implica esta doença, muitos
dos portadores de depressão não admitem que estão doentes. Além disso, segundo
o especialista, a depressão muitas vezes está mal diagnostica nos jovens e
crianças.
A primeira etapa do tratamento consiste em admitir
que se sofre com a doença e buscar ajuda, enfatiza a OMS, que precisa em um
comunicado que "quanto antes se coloca o tratamento em andamento, mais
eficiente ele é. Estes tratamentos são do tipo psicossocial e
farmacológico. Por outro lado, "a participação ativa das
pessoas deprimidas e de seus parentes no tratamento é essencial", segundo
a OMS.
"Existem tratamentos muito eficazes contra a
depressão. Infelizmente, menos da metade das pessoas deprimidas recebem os
cuidados de que necessitam. Esta cifra é, inclusive, inferior a 10% em muitos
países", conclui Saxena.
Atente
para sete sinais da depressão
Confundir a doença com tristeza e personalidade mais fechada
atrapalha o tratamento
Por Laura Tavares -
publicado em 10/10/2012
Neste
ano, o Dia Mundial da Saúde Mental traz como tema a depressão,
doença que afeta mais de 350 milhões de pessoas de todas as idades, gêneros e
etnias, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Embora o risco de ter
depressão seja maior entre as pessoas com histórico da doença na família, maus
hábitos comportamentais (como dormir pouco e cultivar pensamentos negativos)
também podem favorecer uma crise ou agravar ainda mais um quadro já em
desenvolvimento.
"Adotar atitudes mais saudáveis protegem
seu corpo contra os sintomas da depressão, mas é preciso buscar tratamento
depois que a doença se instala", afirma o psiquiatra Ricardo Alberto
Moreno, professor doutor do Instituto de Psiquiatria da USP. Um dos principais
problemas de quem sofre com este doença é acreditar que ele vai desaparecer por
conta própria ou assumir que o mal-estar é permanente e faz parte da
personalidade. Nada disso: se você apresentar, ao menos, um dos sinais listados
a seguir e achar que ele tem prejudicado a sua rotina, aproveite para procurar
um especialista.
Celular, computador e televisão podem comprometer a qualidade do sono
"A falta
do sono é
um dos gatilhos para o aparecimento da depressão", afirma o psiquiatra
Ricardo Alberto Moreno, professor doutor do Instituto de Psiquiatria da USP.
Segundo o especialista, o organismo é regido pelo claro e escuro, ou seja, dia
e noite. Assim, do ponto de vista biológico, você está programado para a
realização de atividades no período diurno e para o repouso no período noturno.
"Inverter essa ordem ou reduzir o tempo que deveria ser destinado ao sono
provoca desequilíbrios físicos e psicológicos", diz.
Enquanto dorme, o seu corpo libera hormônios, a atividade cerebral sofre alterações e a temperatura varia para permitir um bom desempenho das tarefas ao acordar. Interromper esse ciclo, portanto, pode afetar o metabolismo como um todo e servir de gatilho à depressão. O cuidado especial deve ficar por conta dos mais jovens. "Com uma rotina tão agitada e diante de tantos estímulos, como celular, computador e televisão, o sono tem sido deixado em segundo plano", diz o especialista.
Enquanto dorme, o seu corpo libera hormônios, a atividade cerebral sofre alterações e a temperatura varia para permitir um bom desempenho das tarefas ao acordar. Interromper esse ciclo, portanto, pode afetar o metabolismo como um todo e servir de gatilho à depressão. O cuidado especial deve ficar por conta dos mais jovens. "Com uma rotina tão agitada e diante de tantos estímulos, como celular, computador e televisão, o sono tem sido deixado em segundo plano", diz o especialista.